Sim! Com o intuito de evitar os efeitos danosos de substâncias pró-oxidantes, dispomos de um sistema antioxidante composto por defesas enzimáticas e não enzimáticas, que atuam de maneira conjunta. As defesas não enzimáticas incluem antioxidantes como o ácido ascórbico (vitamina C), tocoferol (vitamina E), vitamina A e glutationa reduzida (GSH). Essas moléculas podem atuar de forma direta, neutralizando os radicais livres ou, indiretamente, restaurando componentes oxidados do sistema antioxidante.
Somado a estas, temos as defesas antioxidantes enzimáticas, como a γ-glutamil-cisteína ligase (GCL) que atua na primeira etapa da síntese da GSH. De especial importância, estudos têm demonstrado que a ativação da via do Nrf2 (fator nuclear eritroide 2 relacionado ao fator 2) é crucial para a formação de uma resposta antioxidante enzimática induzida por uma situação de estresse oxidativo. Tal ativação aumenta a expressão de enzimas antioxidantes associadas a via do Nrf2, sendo elas: GCL, superóxido dismutase, catalase, glutationa peroxidase, alguns membros das peroxirredoxinas, glicose-6-fosfatase, glutationa S-transferase, sulfirredoxina e tioredoxina redutase. Portanto, a capacidade antioxidante de um organismo irá determinar a remoção das substâncias pró-oxidantes em excesso e prevenir danos oxidativos, mantendo o equilíbrio redox.
Entretanto, no envelhecimento esse equilíbrio encontra-se comprometido, resultando em produção de estresse oxidativo e redução dos mecanismos adaptativos do sistema antioxidante. Neste contexto, o aumento das defesas antioxidantes não enzimáticas através da suplementação alimentar pode auxiliar na redução dos níveis de estresse oxidativo, impactando positivamente sobre a qualidade de vida.
No entanto, cabe destacar, que pouco ou nenhum efeito tem sido observado em termos de longevidade em mamíferos suplementados com antioxidantes. Por fim, uma estratégia promissora para a manutenção dos mecanismos adaptativos do sistema antioxidante, com consequente impacto sobre a longevidade, segue a lógica do “o que não mata, fortalece” e baseia-se no condicionamento por estresse, sendo o estresse agudo proporcionado pelo exercício físico um dos principais e mais efetivos exemplos.
Referências: (1) Kehm R, Baldensperger T, Raupbach J, Höhn A. Protein oxidation - Formation mechanisms, detection and relevance as biomarkers in human diseases. Redox Biol. 2021 Feb 18:101901. doi:10.1016/j.redox.2021.101901; (2) Zhang H, Davies KJA, Forman HJ. Oxidative stress response and Nrf2 signaling in aging. Free Radic Biol Med. 2015 Nov;88(Pt B):314-336. doi:10.1016/j.freeradbiomed.2015.05.036
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